quinta-feira, 8 de novembro de 2012

     Lembra-se quando éramos crianças e jogávamos bola no quintal de casa e a bola caía no quintal do vizinho? Era o fim se ela caísse, pois sabíamos que ele não devolveria. E costumávamos ficar sentados perto do muro do quintal até a noite chegar, imaginando a bola ainda lá, muito distante sob o sol que se punha no final da tarde, entre a grama mal cortada e sob a sombra de uma árvore, abandonada. Nunca mais a veríamos. E ainda que pedíssemos a mamãe pra pedir a ele que nos devolvesse, ela não ia, não ia. Sabia que ele não devolveria. Mas o maior problema hoje, eu vejo, era que toda vez que a bola lá caía ela nos surpreendia no dia seguinte com uma nova... Nos acostumamos com isso. E agora, que crescemos, a cada bola que jogamos no quintal do vizinho, sem querer ou não, não importa, esperamos no dia seguinte uma nova – mas ela não vem, não vem.

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